


Os vários passos em busca da melhor forma para contar uma história com imagens contribuíram para a linguagem cinematográfica que temos hoje.
Esta caminhada foi gradativa. Cada passo seguinte dependeu do que fora feito anteriormente.
A tela do cinema é bidimensional. Mas a realidade é tridimensional, os objetos, pessoas e animais têm volume. Como então mostrar isso na tela?
As primeiras câmeras eram pesadas. Com o tempo, conseguiram fabricar câmeras mais leves e isso facilitou o registro de pessoas, transportes, animais em movimento.
Esse movimento chama-se "travelling". Ele permite maior mobilidade às cenas, deslocando a câmera para frente, para trás, para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo.
A panorâmica, outro movimento importante, é diferente do "travelling" porque a câmera não sai do lugar, fica presa no tripé fazendo um movimento de 180 graus para a direita ou para a esquerda, imitando o olhar quando giramos a cabeça.
Quando você assistir a um filme, repare: várias vezes ele começa com uma panorâmica, pois, com esse movimento, o cineasta estará mostrando ao espectador o cenário onde vai acontecer a história.
Mas para fazer um filme é preciso pensar tudo isso antes de começar a filmagem. É preciso planejar, para não desperdiçar o filme, que custa muito caro, e para não gastar tempo demais.
Um filme é feito em várias etapas. A primeira etapa é o roteiro - história escrita na língua do cinema, com todos os seus termos técnicos - e nele devem estar indicados todos os planos, pontos de vista, enquadramentos, isto é: plano geral, plano médio, primeiro plano, movimentos de câmera (travelling e panorâmica), diálogos, ruídos, elementos do cenário e figurinos.
Depois de tudo filmado, ainda há muito trabalho para fazer. Começa a fase da montagem, que dá o ritmo do filme.
Depois da filmagem, onde as cenas são repetidas várias vezes, o filme é revelado. O montador seleciona os planos melhores e faz a montagem.
Antes de filmar cada plano, usa-se a claquete, e, baseando-se nas numerações da claquete, é que o montador organiza a montagem.
Já em 1925 o cineasta russo Serguei Eisenstein mostra de forma magistral os recursos da montagem do filme O Encouraçado Potemkim. Som e imagens são registrados em películas separadas. O montador faz a mixagem e depois faz a sonorização.
Dizem os especialistas que as artes se distinguem pela sua linguagem. A linguagem só existe a partir da repetição do uso e da aceitação de algumas formas que demonstraram maior comunicação. Você, portanto, vai completar. Ela depende de sua participação.
Quando o cineasta aproxima a câmera num primeiro plano (close) destacando um objeto, este adquire maior importância dentro da história. Isto é linguagem.
Mas, de um mesmo filme, eu posso ter uma interpretação e você outra. Nisso está a riqueza de uma obra de arte.
Quando o cineasta e o espectador estão ligados pela mesma cultura, pelos mesmos fatos sociais e econômicos, a participação poderá ser ainda maior.
Por exemplo, quando você assiste ao filme O menino maluquinho, de Helvécio Ratton, baseado no livro de Ziraldo, você vai entender muito mais, porque ele fala de um menino brasileiro.
Se você tiver lido o livro, melhor ainda, porque vai poder comparar os dois, filme e livro, uma vez que cinema e literatura são linguagens que podem se enriquecer mutuamente.
Saiba mais aqui : http://www.nautilus.com.br/clientes/pontes/diversos/cinema.htm
Fonte: Texto retirado do site da companhia de salas de cinema Moviecom
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